Esta carta tem um significado
universalmente aceito como ganância e egoísmo, algo que acho bastante válido. Seu
principal significado é o de não partilhar, o de viver em função de algo
material, seja ele dinheiro, casa, carro, status etc. Esta face da carta é bem
documentada e aceita por diversos estudantes e profissionais do tarot,
inclusive por mim.
Porém gostaria de explorar aqui outro
lado dessa carta pouco comentado e que vejo aparecer constantemente em minhas
leituras, que é o seu lado hedonista (conceito moderno e não o filosófico).
Os prazeres sensuais são aqueles
que conseguimos exclusivamente através dos 5 sentidos do corpo, ou seja,
através de meios materiais. É aí que entra o naipe de ouros, elemento terra.
No hedonismo o prazer sensual é o objetivo da vida.
Pois bem, nessa carta existe uma espécie de devoção a esses prazeres. Pode
indicar tranquilamente um vício ligado à sensualidade (sexo, drogas e/ou comida)
e/ou á bens (jogos).
O 4 de Ouros é o excesso do
elemento terra, representando desde a acumulação exagerada até os vícios mais
perigosos. Não se pode nem dizer sobre um apego, mas sim sobre algo ainda mais
forte, como uma situação arraigada, onde a mente percebe a falta das sensações
como uma situação de morte, mostrada muito bem na abstinência em dependentes
químicos.
Esta carta representa 3 dos 7
pecados capitais cristãos, a Avareza, a Luxúria e a Gula.
Em uma posição invertida representa
a resistência de alguém, que geralmente é o(a) próprio(a) consulente ou de quem
se fala, em admitir ou visualizar sua dependência, alongando-a e corroendo sua
vida.
Um filme que retrata bem as duas faces desta carta aqui descritas é o ótimo filme Paraísos Artificiais.
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